A gestão escolar em 2025 vive um momento histórico no Brasil. De um lado, a Lei nº 15.100/2025 impõe restrições ao uso de dispositivos móveis nas escolas, sinalizando uma revolução cultural sobre presença, foco e convivência.

De outro, a inteligência artificial emerge com força, oferecendo personalização, eficiência e diagnóstico em tempo real — mas também demandas éticas, estruturais e formativas.

Nesse cenário, gestores precisam liderar com propósito, humanizando a escola em meio à transformação. Essa realidade impacta tanto a administração escolar em 2025 quanto o dia a dia das famílias e professores.

Gestão escolar em 2025

#1 A lei dos celulares: muito além de uma proibição

Sancionada em janeiro de 2025, a Lei nº 15.100 proíbe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis — como celulares — nas salas de aula, recreios e intervalos na Educação Básica, salvo em situações de emergência, acessibilidade ou uso pedagógico com autorização do professor.

O MEC lançou orientações específicas, incluindo cursos para professores, guias e webinários para envolver toda a comunidade escolar. Pesquisa Datafolha (outubro de 2024) mostra que 62% da população apoia a proibição; entre pais de crianças até 12 anos, esse percentual chega a 65%. Estudo da Nexus mostra que 86% dos brasileiros são a favor da restrição — e 54% apoiam uma proibição total.

Para a gestão educacional, a lei representa uma oportunidade de ressignificar a cultura digital na escola. No entanto, exige estratégia clara, como:

• revisão das políticas internas sobre uso de dispositivos.

• formação docente para integrar a tecnologia de forma significativa.

• comunicação estruturada com professores, famílias e estudantes.

• monitoramento comunitário da implementação, com empatia e diálogo.

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#2 Inteligência Artificial: aliada, não substituta da gestão

A Inteligência Artificial (IA) já está presente na administração escolar e se consolida como recurso estratégico na tomada de decisões. Nesse contexto, a gestão educacional em 2025 se fortalece como um campo em que a tecnologia deve apoiar, e não substituir, a ação pedagógica.

Na Bett Brasil 2025, por exemplo, gestores acompanharam painéis sobre IA aplicada à educação, com ênfase em personalização, ética e transformação pedagógica.

As principais tecnologias envolvem:

• personalização do ensino por meio de IA adaptativa, com trilhas customizadas e tutoria virtual.

• automação administrativa, liberando tempo para planejamento pedagógico.

• análise preditiva, identificando riscos de evasão ou queda de desempenho antes que se tornem problemas graves.

• geração de conteúdo, como simulados, exercícios e materiais interativos, via IA generativa.

Entretanto, a adoção exige postura crítica. É necessário observar privacidade, vieses algorítmicos e, sobretudo, preservar o vínculo humano com a tecnologia.

Gestão escolar em 2025

#3 Panorama global: IA como reforço da equidade, não aceleradora da exclusão

Na América Latina, o Banco Mundial ressalta que a IA deve ampliar, e não substituir, a ação de educadores. O uso educativo de IA pode personalizar o ensino, automatizar rotinas e apoiar a administração escolar, mas sua eficácia depende de conectividade, capacitação docente e políticas claras.

A UNESCO alerta que menos de 10% das instituições educacionais têm políticas formais para uso de soluções de IA para escolas. Ela reforça que a tecnologia deve ser inclusiva, equitativa e referenciada por princípios éticos robustos.

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#4 Sustentabilidade da inovação: formação, redes e apoio

Sem investimento formativo, a administração escolar pode virar mera adaptadora de softwares. O que, de fato, transforma é a liderança capaz de:

• fomentar formação continuada em gestão de IA e cultura digital, baseada em demandas reais da escola.

• construir redes colaborativas entre gestores, consultores e comunidade, inspiradas em princípios de aprendizagem compartilhada, como defende Seymour Papert.

• engajar fornecedores e parceiros com métricas transparentes e alinhamento ao projeto pedagógico.

Gestão escolar em 2025

#5 Educação equitativa: tecnologia ao serviço da justiça social

A IA tem potencial de enfrentar desigualdades, adaptando materiais, criando acessibilidade e oferecendo tutoria em tempo real. Contudo, se mal implementada, pode ampliar o abismo entre quem tem e quem não tem acesso.

Por isso, gestores visionários articulam:

• infraestrutura tecnológica justa.

• parcerias com EdTechs que priorizem a equidade.

• projetos que fortaleçam a voz do professor, não a substituam.

Gestão escolar em 2025

Conclusão: liderar com equilíbrio, visão e humanidade

A gestão escolar em 2025 enfrenta tensões inéditas: uma lei que redefine a presença digital, a explosão da IA como suporte pedagógico e a urgência de garantir que tecnologia seja instrumento de justiça social, não de exclusão.

Mais do que nunca, a administração escolar em 2025 precisa encontrar equilíbrio entre inovação e humanidade.

Nesse sentido, cabe ao gestor:

1. reimaginar a convivência social na escola, com base na legislação digital.

2. adotar a IA com propósito pedagógico, equidade e formação continuada.

3. fortalecer redes, parcerias e cultura de inovação ética e inclusiva.

Se a escola é organismo vivo, então, precisa de liderança que transite entre limites e possibilidades. Sem dúvida, essa é a escola que não perde sua humanidade — e nessa equação, o gestor é quem garante a convergência.