Aproveite este conteúdo rápido, mas relevante, sobre alguns modelos educacionais com maior potencial para a recomposição da aprendizagem. Afinal de contas, recompor a aprendizagem é uma necessidade pós-pandemia que continuará impactando a comunidade escolar e a educação por, ainda, muitos anos.
Dois pontos convergentes destes modelos educacionais para recompor a aprendizagem são:
priorizam o protagonismo dos alunos, e
contam com a tecnologia como uma grande aliada.
Assim, fica evidente que o caminho para recuperar e recompor a aprendizagem depende de processos de ensino personalizados. Ou seja, ajustados e adequados às necessidades de cada turma e de cada estudante.
Nesse sentido, é fácil deduzir que o futuro da educação e a sustentabilidade econômica das escolas passa pela gestão pedagógica em nível de excelência e por múltiplas soluções em tecnologia e inovação para fazer a escola crescer.
Pois, em um mercado cada vez mais exigente e competitivo como o educacional, entregar a educação de qualidade que os alunos e as famílias desejam é fundamental.
Então, além da capacidade de oferecer modelos educacionais capazes de recompor a aprendizagem, as instituições de ensino de excelência, de fato, precisam ir adiante e avançar. Afinal, sua sustentabilidade depende de se tornarem superEscolas.
Terra arrasada não existe na educação (ainda bem!)
Uma das belezas da educação é que, a partir dela, não existe ponto sem volta nem desesperança. Certamente, em especial no Brasil, os prejuízos da pandemia para a educação são inúmeros e intensos.
Porém, quando se trata de educação, vale o princípio expresso na Lei de Lavoisier, sobre a conservação de massas. Experimente trocar a palavra “Natureza” por “Educação”: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Simples assim! Em outras palavras, o futuro da educação de qualidade está nas superEscolas. Instituições de ensino de excelência que reúnem as condições e os recursos para mesclar novos modelos educacionais e de avaliação aos tradicionais.
Os processos de recomposição da aprendizagem, sem dúvida, são otimizados quando incluem tecnologias e ferramentas capazes de auxiliar e contribuir para a oferta de uma educação de qualidade. Como resultado, auxiliam e promovem o protagonismo dos educandos em novos modelos educacionais.
Novos modelos educacionais para recompor a aprendizagem
Provas, testes, memorização (a famosa decoreba), abordagens superficiais e exercícios mecânicos (sem a necessidade de pensar). Alterar o atual paradigma educacional e fazer evoluir os sistemas de avaliação da aprendizagem são, de fato, uma das funções de novos modelos educacionais.
Recompor a aprendizagem significa ir além, fazer mais e melhor. Isto é, demanda evoluir os critérios e as práticas pedagógicas. Por isso, é urgente acelerar o processo de transformação digital da educação e das escolas.
Uma tendência da educação pós-pandemia é investir em novas formas de ensinar e de aprender, com foco no engajamento e no protagonismo dos educandos.
Como resultado, veja alguns novos – e outros nem tanto –, modelos educacionais para recompor a aprendizagem que priorizam a autonomia, o senso crítico e o pensamento reflexivo.
modelos educacionais para recompor a aprendizagem
Sala de aula invertida
Ao premiar o protagonismo de crianças e adolescentes, sem dúvida, este modelo educacional está alinhado ao futuro da educação: inverte a ordem e a forma como o conhecimento é transmitido e assimilado.
Desse modo, os professores abandonam a posição de autoridade e assumem papel de orientadores.
Como resultado, o esperado é que essa quebra hierárquica possibilite ensinar com mais qualidade e dedicar mais atenção a cada aluno. O que, de fato, potencializa os processos de aprendizagem.
Na sala de aula invertida, em primeiro lugar, os alunos têm acesso e contato prévio com os conteúdos a serem estudados.
Depois, em um segundo momento já em sala de aula, de forma compartilhada e colaborativa, educandos e educadores abordam com maior profundidade os assuntos.
Assim, somente após esses processos, são realizados exercícios e atividades. A ideia é incentivar a postura ativa dos educandos com relação à própria educação.
A sala de aula invertida, de fato, tem grande potencial como um dos modelos educacionais para recompor a aprendizagem. Sobretudo, porque na construção da autonomia intelectual de cada educando:
oportuniza liberdade,
valoriza a individualidade, e
garante a atenção e o respeito aos ritmos e caminhos individuais de cada estudante.
modelos educacionais para recompor a aprendizagem
Escola na nuvem
Idealizado por Sugata Mitra, o modelo educacional foi testado em experiência realizada em 1999, em Nova Delhi (Índia). Mitra é cientista da computação, pesquisador e professor de Tecnologia Educacional na Escola de Educação, Comunicação e Ciências da Linguagem da Universidade de Newcastle, Inglaterra.
O experimento consistiu em instalar computadores em comunidades pobres e liberar o acesso aos jovens, sem orientação alguma.
Os resultados, de fato, surpreenderam o mundo. Pois, de forma colaborativa e intuitiva, as crianças aprenderam sozinhas a lidar com as máquinas e a assimilar os conteúdos escolares previamente instalados.
Quando o nível de aprendizagem foi testado, nova surpresa: além de terem aprendido grande parte do conteúdo disponibilizado, ainda adquiriram novas habilidades linguísticas. Pois, mesmo não sendo a língua materna dos jovens, o idioma inglês era o único acessível nos computadores.
Como resultado, a evolução dessa experiência é o modelo educacional School in the cloud (SITC). De acordo com esse método, primeiro, os professores apenas orientam grupos de alunos e estimulam o debate por meio de perguntas gatilhos (“disparadoras”).
Depois, as conclusões e as respostas são compartilhadas e discutidas com toda a turma. Nesse momento, os professores assumem o papel de mediadores.
O modelo educacional Escola na Nuvem incentiva a autonomia e a independência como fatores impulsionadores da aprendizagem.
Como resultado, espera-se que os grupos se tornem responsáveis e comprometidos a colaborar com o desenvolvimento intelectual dos colegas. De forma colaborativa, os que sabem mais ensinam aos que ainda não compreenderam bem os conteúdos.
Assim, ao aprender de forma autônoma, trabalhar em grupo e ter a figura do mestre apenas como um facilitador, ficou comprovada a hipótese de Mitra. Isto é, habilidades básicas podem ser adquiridas quando os educadores oferecerem materiais adequados, além de entretenimento, motivação e um mínimo de orientação.
modelos educacionais para recompor a aprendizagem
STEAM
Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics): essas disciplinas formam a sigla STEAM. A inspiração desse modelo educacional vem da iniciação e da produção científica universitária. Por isso, projetos interdisciplinares complexos são a essência desse novo modelo de educação.
Assim, na prática, os estudantes devem formar grupos e realizar pesquisas e atividades necessárias e relacionadas ao desenvolvimento dos projetos. Enquanto isso, os educadores orientam e indicam diretrizes que auxiliam a concluir as atividades.
As práticas, a dedicação e os esforços dos grupos, de fato, os levam a adquirir novos conhecimentos. Como resultado, a autonomia que deriva desse processo de aprendizagem privilegia o aprender fazendo (Learn by doing).
Os resultados esperados são:
fixar conteúdos e aprendizados de forma mais eficiente,
produzir autonomia intelectual e conhecimento por meio do método científico, e
estimular a capacidade reflexiva e a habilidade crítica.
Quanto mais inteligente e estratégica for a associação entre disciplinas exatas, de artes e humanas, melhor e mais adequada será a formação dos estudantes.
Com toda a certeza, STEAM é um bom exemplo de modelo educacional para recompor a aprendizagem e para enfrentar os desafios pós-pandemia.
Sobretudo, porque o melhor dos mundos é combinar conhecimentos de ciências exatas com habilidades criativas e competências socioemocionais no desenvolvimento cognitivo e na construção da autonomia intelectual dos jovens.
modelos educacionais para recompor a aprendizagem
Currículo Flexível
O respeito às diferenças e aos interesses individuais, sem dúvida, são a grande força desse modelo educacional para recompor a aprendizagem.
Afinal, a oportunidade de escolher e decidir o currículo para a própria formação, resulta em um melhor e mais efetivo processo de aprendizagem.
O Novo Ensino Médio é um bom exemplo. Pois, dentre as disciplinas eletivas disponíveis, os estudantes podem escolher cursar as que mais lhes interessam.
Assim, ao respeitar individualidades, incentiva o protagonismo na construção da autonomia intelectual e da recomposição da aprendizagem, por meio da liberdade para escolher e montar a própria grade curricular.
modelos educacionais para recompor a aprendizagem
Educação Democrática
Protagonismo total dos educandos. Sem dúvida, uma premissa compartilhada entre os modelos educacionais para recompor a aprendizagem. Na Educação Democrática, todos têm o direito e o dever de participar nas decisões sobre as instituições de ensino.
Em outras palavras, o que caracteriza esse modelo educacional é que os estudantes têm o poder de decisão sobre o próprio aprendizado e sobre a forma de atuação das escolas.
A responsabilização ultrapassa a individualidade. Dessa maneira, todos devem compartilhar e serem responsáveis solidários pelos estabelecimentos de ensino e da coletividade da comunidade escolar.
Porque desenvolve os sensos crítico e de responsabilidade com reconhecida satisfação e motivação dos educandos para os estudos, a Educação Democrática ganha destaque nacional e mundial.
Fazer parte da gestão escolar (comunicação, financeira e pedagógica), com toda a certeza, fortalece o engajamento e a sensação de pertencimento dos educandos. Além disso, aproxima as famílias da escolarização e dos processos de aprendizagem dos filhos.
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