
A inclusão ainda é uma dificuldade para as escolas particulares? A maioria dos gestores costuma entender que sim. Afinal, passam parte de seu tempo negociando conflitos na escola.
Na prática, após a organização de métodos e o treinamento da equipe – com o que pode, o que não pode e suas questões mais objetivas como a organização de documentos necessários e afins, por exemplo –, as coisas ficam menos complexas.
Assim, ficam restando apenas alguns outros desafios. Como questões comportamentais dos alunos e o relacionamento com famílias resistentes ou que acreditam saber mais do que as autoridades pedagógicas da instituição, e que, muitas vezes, agem de maneira intimidadora aos profissionais da educação.
E aí, chegamos ao tema da nossa coluna de hoje: negociação de conflitos junto às famílias. Principalmente, em casos de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades ou necessidades educacionais específicas.
Em mais de 12 anos de experiência na advocacia e negociando conflitos na escola, digo sem qualquer receio que geralmente encontramos os seguintes cenários:
#1👉 Responsáveis que não admitem as necessidades específicas do aluno.
#2👉 Os responsáveis que ameaçam a escola por não estar sendo inclusiva com o aluno.
#3👉 Os “irresponsáveis” que desconhecem ou ignoram suas obrigações.

E o que fazer diante dessas situações?
Como advogada educacional e negociadora de conflitos dou a seguinte dica: não fuja do conflito, prepare-se e resolva!
Para ajudar, aqui vão dicas preciosas de como sua equipe pode agir em uma negociação de conflitos escolares depois de “organizar a casa” e, especialmente, para o caso de ainda não ter um advogado educacional que acompanhe sua equipe.
1º momento – Negociando conflitos na escola
Levante todo o ocorrido
1️⃣ Reúna as provas relacionadas ao ocorrido. Por exemplo, conversas que ocorreram entre os envolvidos e a escola ou dos funcionários da escola com os responsáveis, ou com outras pessoas sobre o ocorrido. Às vezes, existe uma conversa entre a professora pelo WhatsApp pessoal com os pais, ou houve alguma conversa em corredor ou porta de sala que pode ter sido gravada e que outra mãe de aluno enviou para os responsáveis. Enfim, cubra todas as possibilidades.
2️⃣ Anote todas as vulnerabilidades da escola em relação àquela situação e, ao mesmo tempo, coloque ao lado os desdobramentos jurídicos e comerciais a partir das informações acima.
3️⃣ Munido dessas informações, também enumere as vulnerabilidades da outra parte. Por exemplo, a ocorrência de ameaça a funcionários, calúnia, injúria, comportamentos inadequados ou exagerados que possam ensejar danos ou até desdobramentos na esfera criminal.
4️⃣ Considere os requerimentos e preocupações dos responsáveis do aluno, as necessidades do aluno e as necessidades da escola. Busque compreender o que é importante para cada uma das partes.

5️⃣ Negociando conflitos na escola, leve em consideração o comportamento dos responsáveis pelo aluno fora da situação. Isto é, se são tranquilos, participativos, se reclamam muito, se são geralmente beligerantes. Depois, trace um perfil de personalidade. Sem dúvida, isso pode contribuir com a maneira que você vai abordar a situação com aquela pessoa.
6️⃣ Estabeleça, com clareza, qual o desejo da escola – que o aluno permaneça, melhore o comportamento, e até, sendo absolutamente franca, que não permaneça. Qual o limite do que pode ser feito?
👉 Negociação de conflitos escolares
Negociando conflitos na escola, os itens “2” e “6” são muito importantes! Sobretudo, porque às vezes a realidade é que a escola quer tomar determinada medida, mas não é viável no momento ou não é a mais adequada à situação.
Então, deve ser levado em consideração o risco/custo da decisão. Por isso, precisamos enumerar todas as possibilidades de negociação sem esquecer qual o nosso limite.
Agora, sem nenhuma pretensão de esgotar o tema, mas contribuindo para o dia a dia dos gestores, entrego um exemplo de uma sugestão de abordagem planejada.

2º momento – Negociando conflitos na escola
O que desejo alcançar na negociação?
✅Eu quero que a família continue na escola.
✅Quero que a família do aluno faça alguma intervenção com profissional externo quanto às questões comportamentais do aluno.
✅Quero que a família entenda que a escola está agindo conforme a lei e não vai acatar todas as vontades dos genitores.
Negociando conflitos na escola
Agora, veja um exemplo de um passo a passo que norteia minha condução de uma negociação de conflitos na escola.
1️⃣ Em primeiro lugar, começo deixando os responsáveis falarem.
2️⃣ Depois, demonstro como a escola fez a apuração do ocorrido ou o que a escola vem fazendo diante do quadro apresentado.
3️⃣ Em seguida, manifesto minha opinião fundamentada no Código Civil arts. XX e Estatuto da Pessoa com Deficiência, por exemplo.
4️⃣ Na sequência, abro a fala para a gestão pedagógica se manifestar quanto aos relatórios do aluno.
5️⃣ Trato com os responsáveis sobre a necessidade do acompanhamento de profissionais extraescolares e da diferença entre as obrigações da escola e o que é desenvolvido por profissionais de saúde ou uma equipe multidisciplinar, por exemplo.
6️⃣ Para finalizar a negociação de conflitos escolares, faço um termo de compromisso, com prazo.

E durante a negociação de conflitos, Dra. Jamile El Husny, quais as dicas?
🎯 Por mais difícil que seja, separe as pessoas do problema. Isto é, tire suas emoções de raiva, de injustiça, de impressões negativas sobre aquelas pessoas. Afinal, muitas vezes, já tiveram comportamentos que já criaram em você a sensação de que não gosta delas. Ou seja, entre na sala zerado de sentimentos em relação a estas pessoas com quem você precisará negociar conflitos escolares.
👉 Ouça ativamente, foque em entender o que a pessoa quer e qual a necessidade dela em meio ao que ela está dizendo durante o processo de negociação de conflitos escolares.
🎯 Busque interesses comuns e, acima de tudo, o melhor interesse do aluno.
👉 Comunique-se de forma clara, com exemplos que criam conexão com a família, sem gestos, caras de desgosto ou desdém, por exemplo.
🎯 Use critérios objetivos: embasamento legal, pedagógico, previsão contratual, por exemplo.
👉 Negociando conflitos na escola, finalize com a formalização do acordo em ATA – todos devem assinar.
Muitas vezes, a família, querendo ter razão, vai em busca de acontecimentos passados. Caso isso aconteça durante a negociação de conflitos escolares, use o “Isso foi quando? Ah, mas isso está superado, o foco hoje é este aqui. Assim, nós não vamos resolver o que queremos, mas vou deixar anotado aqui sua lembrança para trabalharmos em um outro momento.” Se acaso houver pendências.
Enfim, espero ter contribuído e que tenham gostado do tema: negociando conflitos na escola. Aceito feedbacks e sugestões de temas no e-mail: jamileelhusny.adv@outlook.com, até a próxima!
Jamile El Husny – Advogada, palestrante, criadora do curso Advogando para Escolas, sócia do Husny Advogados Associados, Conselheira da Associação Brasileira de Direito Educacional, Presidente da ABRADE-PA, Membro da Comissão OAB Vai à Escola-PA, especializada na advocacia para escolas particulares do Brasil. E-mail: jamileelhusny.adv@outlook.com | Instagram: @jamilegeohusny | WhatsApp: https://wa.me/message/Y2EOFEE7L423G1
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